Pránáyamá

Ao realizar os respiratórios no pránáyáma, ocorre a expansão da bio-energia. Os pránáyámas fornecem energia vital, aumentam a capacidade dos pulmões, controlam as emoções e permitem o contato do consciente com o inconsciente. Os bandhas são contrações ou compressões de plexos e glândulas. Muitos pránáyámas e ásanas utilizam bandhas como fatores de potencialização.

Os principais bandhas são:

Múla bandha: forte contração dos esfíncteres do ânus e da uretra. Se repetido muitas vezes, é chamado de aswiní bandha (em algumas escolas é denominado aswiní mudrá). Para os homens, aumenta bastante a potência sexual e auxilia o controle da ejaculação precoce. Para as mulheres desenvolve o domínio da musculatura vaginal. São também técnicas tântricas para amplificar o prazer no sexo.

Uddiyana bandha: retração do abdome até que o contorno das vértebras se desenhe na pele abdominal. Existe a variedade estática, tamas uddiyana bandha, e a dinâmica, rajas uddiyana bandha. Mediante esta última, logra-se o agnisára kriyá. jalándhara bandha contração e distensão alternadas da tireóide. Auxilia a execução do kúmbhaka e contribui para o controle do peso.

Jíhva bandha: compressão da língua contra o céu da boca, na parte macia, atrás. Produz estimulação por massageamento na pineal, via propagação da pressão intracraniana.

Os três primeiros bandhas – múla bandha, uddiyana bandha e jalándhara bandha – quando praticados conjuntamente, um depois do outro são denominados bandha traya, “o bandha tríplice”.

São vários os tipos de pránáyámas:

• Tamas pránáyáma – respiração imperceptível.
• Rajas pránáyáma – respiração dinâmica. (Não confundir com rája pránáyáma.)
• Adhama pránáyáma – respiração abdominal sem ritmo. (Outros nomes: ardha pránáyáma; ardha prána kriyá.)
• Adhama kúmbhaka – respiração abdominal com ritmo (1-2-1). (Outro nome: ardha kúmbhaka.)
• Bandha adhama pránáyáma – abdominal sem ritmo e com bandhas. (Outro nome: bandha ardha prána kriyá.)
• Adhama kúmbhaka pránáyáma – abdominal com ritmo e com bandhas (1-2-1). (Outro nome: ardha kúmbhaka bandha.)
• Madhyama pránáyáma – respiração média sem ritmo.
• Rája pránáyáma – respiração completa, sem ritmo, sem bandhas. (Outro nome: prána kriyá.)
• Bandha pránáyáma – respiração completa, sem ritmo, com bandhas. (Outro nome: prána bandha kriyá.)
• Antara kúmbhaka – respiração completa com ritmo (1-2-1 ou 1-4-2). (Outro nome: kúmbhaka.)
• Bandha kúmbhaka pránáyáma – respiração completa, com ritmo e com bandhas (1-2-1). (Outro nome: kúmbhaka bandha.)
• Nádí shôdhana pránáyáma – respiração alternada sem ritmo. (Outro nome: vamakrama ou vamah krama.)
• Nádí shôdhana kúmbhaka – alternada com ritmo (1-2-1 ou 1-4-2). (Outro nome: sukha púrvaka.)
• Bhastriká – respiração do sopro rápido. (Outro nome: em algumas escolas, o bhastriká é denominado kapálabhati e vice-versa!)
• Kapálabhati – respiração do sopro lento. (Outro nome: em algumas escolas, o kapálabhati é denominado bhastriká e vice-versa!)
• Sopro ha – expiração forte pela boca emitindo som alto e brusco.

Kumbhaka (pranayama ritmado) Na opinião de teso Bernard, kumbhaka é o pranayama por excelência, o que quer dizer a suspensão do ato de respirar, somente praticável por aqueles raros que tem o corpo perfeitamente purificado. É ela que nos dá o domínio sobre o prâna, isto é, nos põe à disposição dos inimagináveis poderes universais. Isentos de pretensões tão altas, vamos entender kumbhaka simplesmente como uma outra prática, que, não sendo tão poderosa, pode no entanto oferecer-nos invejáveis compensações. Respiração ritmada é o exercício que se segue naturalmente ao de puraka (inspiração) ou rechaka (expiração) completas. Chegou a vez de introdurzimos: a) o kumbhaka, ou suspensão do alento (apnéia voluntária) e b) o ritmo. Em outras palavras, o presente exercício consiste em ritmicamente inspirar, prender o ar nos pulmões e expirar, recomeçando novo ciclo. Sentado ou em pé, olhos fechados, depois da limpeza dos pulmões, inicie o puraka (inspiração), contando mentalmente (um, dois, três e quatro). Depois de ter os pulmões embebidos de ar, conte, no mesmo ritmo, até 16, quando então deverá começar o rechaka (expiração), que se completará quando você tiver contando até 8. Depois de esvaziados os pulmões, reinicie a inspiração. Resumindo: inspire, contando até 4; prenda o ar, contando até 16, e expire contando até 8. Há também kumbhaka com os pulmões vazios. Você precisa escolher uma certa unidade de tempo para que possa ter alguma significação Ao realizar os respiratórios no pranayama, ocorre a expansão da bio-energia. Os pránáyámas fornecem energia vital, aumentam a capacidade dos pulmões, controlam as emoções e permitem o contato do consciente com o inconsciente. BANDHAS Os bandhas são contrações ou compressões de plexos e glândulas. Muitos pránáyámas e ásanas utilizam bandhas como fatores de potencialização.esta contagem 4 – 16 – 8. Melhor do que tudo será o ritmo de seu próprio pulso. Segurando-o com a outra mão, sentirá que ele bate e, a cada batida, conte; um, dois, três… Observações 1. Não é forçoso que seja 4-16-8. Poderá ser 3-12-6, qualquer outro ritmo, contanto que obedeça à proporção de 1 para puraka, 4 para kumbhaka e 2 para rechaka. Escolha o melhor para você, contanto que venha a evitar violência, sufocações, sacudidelas e fadigas. Comece com um puraka mais curto, para ir graditivamente aumentando. Evite, no principio, kumbhaka com pulmões vazios. 2. Se não é perfeito o estado do coração, não convém reter a respiração por mais de trinta e dois segundos. É a opinião do autorizado Yesudian. Efeito terapêutico: Equilíbrio das correntes HA e THA, com a conseqüente tranquilização do sistema nervoso e do ritmo cardíaco. 14 Efeito psíquico: Calma e desenvolvimento da força de vontade. Harmonização consigo mesmo e com o universo. Respiração polarizada (Sukha Purvak). Tudo que foi dito sobre posição e ritmo é valido para o exercício de respiração polarizada. Acrescenta-se agora uma alternância, isto é, a ultilização de uma narina, enquanto a outra fica bloqueada. Inicia-se, como sempre, com a limpeza dos pulmões, após o que inspira-se com a narina esquerda, onde termina o nadi da. Depois do kumbhaka, faça a expiração (rechaka) pela narina direita, após o que inspire pela narina direita, fechando-a depois e, a seguir, esvazie pela narina esquerda. Recomeça-se a seguir com a narina esquerda. Esta respiração, ao mesmo tempo alternada e ritmada, é a mais própria para estabelecer o equilíbrio interno e com o meio. Nela, duas correntes energéticas polarizadas são conduzidas ao mais desejável grau de integração. Para fechar uma narina, deixando aberta a outra, dobre o dedo indicador e o médio de sua mão direita. Leve a mão à altura do nariz e, quando quiser fechar a direita, faça-o com o polegar e, quando quiser vedar a esquerda, use o anular que se acha unido com o mindinho. Segundo Yesudian, este exercício é muito poderoso e dele não se deve abusar. É bastante proveitoso para o desenvolvimento das faculdades mentais e, segundo o autor citado, na Raja Yoga tem significativo papel, pois facilita o êxtase. Para maior eficiência, conserve os olhos fechados. Bhastrika. Seu nome, Bhastrika, em sânscrito significa fole, que bem dá uma idéia de como se processa. As melhores posições para a pratica são as sentadas – pandmâsana ou lótus e sadhâsana, podendo também ser feita em pé. Depois da limpeza pulmonar, faz-se puraka (inspiração) e a seguir uma explosiva rechaka (expiração), mediante a contração brusca da musculatura respiratória. Sem demora, outra puraka e imediatamente outro rechaka. E assim onze movimentos energéticos do diafragma e do abdômen com seus respectivos rechakas e purakas. O último puraka é seguido de um kumbhaka que leva aproximadamente doze segundos, durante os quais mantém-se jalandhara-bandha ou chave de queixo. Segue-se suave rechaka final de seis segundos. Os músculos abdominais e o diafragma atuam energeticamente, movimentando a base do pulmão. O exercício é muito semelhante ao kapalabhati, com a diferença de que lá apenas a expulsão do ar é energética. Aqui também a inspiração o é. É boa dosagem, em cada sessão, três “voltas” de onze movimentos cada. Como se trata de um dos exercícios mais fortes, portanto capaz de provocar danos no praticante imprudente e abusado, é recomendável que o evitem: a) pessoas enfermas e fracas; b) jovens de menos de dezoito anos; e c) pessoas além dos 50. Para os que já têm grande pratica, o limite de idade não será este, naturalmente. Todo abuso e violência devem ser evitados. Moderação, suavidade, gradação nunca são demasiados. Ao menor sinal de fadiga, pare e relaxe, fazendo a respiração abdominal. 17 benifícios terapêuticos. – Purifica todo o organismo e tem especial ação tônica sobre o sistema nervoso e aparelho circulatório. Aumenta o apetite. Atenua irritação e inflamação das vias respiratórias. Moderada e corretamente usado, tem até curado asma. Com verdadeiro super abastecimento energético, corrige os efeitos do frio, levando calor a todo o corpo. Os que sofrem de pés e mãos frios lucrarão com a pratica de bhastrika. Benefícios psicológicos. – “Psicologicamente, bhastrika produz um muito notável aprofundamento da consciência. Aumenta a serenidade e o sangue-frio ante qualquer situação e, em sumo grau, fortalece a vontade”.

Este texto foi extraído do capitulo 2 do livro “AUTO PERFEIÇÃO COM HATHA YOGA” Hermógenes da Editora Record.